
Pelo menos uma vez por ano tínhamos que ir à missa da minha avó.Lembro-me bem que o tempo que lá passava era distribuído em 2 partes iguais, quando chegava inventava histórias para os santos quase todos, uns iam connosco ver o Benfica ao café, outros iam aos sapos e davam reprimendas ao Gouveia e ainda outros que eram chatos e nunca chegava a inventar nenhuma história para eles.A segunda era a parte mais complicada, começava-me sempre a doer os pés quando nos tínhamos que levantar aquele tempo todo, e ficava enjoado com o cheiro a naftalina das velhas amigas da minha avó. A minha mãe pensava que era ronha. A verdade é que a segunda parte custava sempre tanto a passar.A primeira era gira.
Houve uma altura em que o meu primo ficou sem emprego, a minha tia já não sabia o que lhe havia de fazer.Depois de algum tempo, lá veio uma carta do desemprego e teve que ir entregar papelada e despachos do tribunal. Acho que era um emprego da câmara.O pior que lhe podiam fazer era pôr-lhe uma mota nas unhas, dizia o meu tio cheio de nervos.Bem dito, bem feito, passado 3 semanas tinha sido despedido e e ficou com a mota para pagar ao estado. Espatifou-a toda.A minha tia dizia sempre para ele ter cuidado.Ele é que não tinha..
No final do período havia sempre um passeio. Daquela vez fomos aos barcos, como era mais ou menos habitual pela altura da Páscoa.Eu e o Teixeira, o Gouveia e o filho da Rosário, a Odete e a professora e por último o Lampreia e com o Cajó.Passámos umas boas 2 horas na farra até nos fartarmos dos bracinhos, quando dei por mim távamos a remar um para cada lado. Só me lembro do Teixeira ficar todo lixado e ofender a minha irmã com 3 palavrões de grave tom, foi aí que me levantei e dei-lhe com o remo na cabeça. Foi logo ao fundo, todo encharcado.No fim fizemos as pazes e fiquei de castigo no passeio seguinte.Foi mesmo bem dada.